Hélder Chihuto, advogado, ativista social e defensor dos direitos humanos, que foi candidato a deputado pela CASA-CE no círculo provincial de Luanda, alega estar a ser alvo de uma campanha de perseguição e conspiração política. Segundo Chihuto, a situação começou em julho de 2023, após protestar publicamente contra o aumento dos subsídios dos deputados da Assembleia Nacional, que dobraram de valor, em meio à grave crise económica que afeta a maioria dos angolanos.
O aumento dos subsídios indignou o ativista, que organizou uma marcha nacional de protesto contra o que considerava uma insensibilidade institucional face à pobreza extrema no país. A partir desse momento, Chihuto afirma ter começado a ser alvo de ataques nas redes sociais, inclusive de deputados da oposição, que instigaram seus seguidores a manchar a sua imagem.
Em outubro de 2023, Chihuto apresentou uma queixa-crime ao Sub-Procurador da República junto ao SIC-Geral, após receber ameaças anônimas. Além disso, ele informou várias instituições, incluindo a CEAST, a Embaixada dos EUA, a União Europeia e a ONU, sobre o risco à sua vida.
Outro episódio ocorreu após Chihuto denunciar injustiças contra funcionárias da ANIESA (Agência Nacional de Inspeção Económica e Segurança Alimentar), o que resultou na exoneração da antiga direção do órgão. Duas semanas após a denúncia, Chihuto foi surpreendentemente constituído arguido, sem ser informado do crime ou da acusação, levantando suspeitas de motivações políticas.
Em janeiro de 2024, após a Assembleia Nacional adquirir carros de luxo para os deputados, Chihuto recolheu mais de 500 assinaturas e enviou um protesto às autoridades competentes, incluindo a Presidente da Assembleia Nacional. Apenas a Provedoria de Justiça respondeu, informando a abertura de um processo sobre o caso.
Hélder Chihuto é também fundador do projeto social “Zero Crianças na Rua”, e tem pressionado o governo a combater o aumento do número de crianças em situação de rua. Ele também liderou uma ação popular, junto com outros advogados, para tentar reverter o aumento do preço dos bilhetes de autocarro, que subiram de 50 Kz para 150 Kz, afetando diretamente a população mais vulnerável.
Por conta de suas ações em prol da justiça social e dos direitos humanos, Chihuto alega que tem sofrido perseguições políticas e enfrentado ameaças à sua integridade física. O ativista pede proteção do Estado angolano e afirma que continuará lutando pelas causas justas.
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