As autoridades angolanas investigam o cidadão eritreu Isayas Desale Berhe, de 47 anos de idade, naturalizado na Antígua e Barbuda, responsável de várias empresas a operar em Angola, algumas em falência, por suspeitas da prática dos crimes de branqueamento de capitais, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
O Na Mira do Crime segue uma investigação detalhada do acusado, depois de tomar conhecimento que o mesmo empresário é investigado pelas autoridades Quenianas e do Sul do Sudão.
Actualmente a residir em Angola, mas ausente desde às 17 horas do dia 01 de Maio, altura em que viajou para o Dubai, onde permanece até agora, o empresário que ‘mexe’ com as contas do bancos comerciais em Angola, particularmente do Banco BAI, chamou atenção depois de receber um crédito de cerca de 11 milhões de dólares, para um suposto investimento num projecto agrícola, em nome da empresa Kaheel Agriculture Machinery LDA.
Através da empresa SHAIKH AHMED DALMOOK JUMA AL-MAKTOUM, também do empresário, que recebeu o crédito junto do banco, dias depois o dinheiro foi distribuído em várias contas, domiciliadas em vários bancos.
Dados apurados agora pelo Na Mira, através de documentos em nossa posse, atestam que, já ausente do país, o empresário começou a circular centenas de milhões de kwanzas (do BAI-DIRECT) em várias contas, através do banco BAI, com o IBAN-004000001064848710171.
As autoridades, segundo as nossas investigações, investigam ainda transacções financeiras do suspeito, em contas que pertencem ao mesmo, que depois são supostamente enviadas para uma carteira de criptomoedas.
Aliás, esta metodologia de branqueamento de capitais é usada por muitos empresários estrangeiros em Angola, que em outras vezes retiram os valores do país por via manual, usando mulas.
No dia 20 do mês em curso, por exemplo, o suspeito movimentou 188 milhões de Kwanzas, de uma só sentada, para a conta de uma outra empresa.
Para além do crédito recebido pelo banco acima descrito, apuramos, através de estratos bancários (sediada no Banco BAI IBAN-004000001064848710171), que o mesmo cidadão tem recebido avultadas somas de dinheiro nas suas contas, principalmente por via da conta da empresa Kaheel Agriculture Machinery LDA.
Com pouco de tempo de operação no país, ressalta ainda o facto de, em pouco tempo, ser privilegiado em 2024 com um crédito acima de 13 milhões de dólares, que até ao momento, segundo apuramos, nada ainda foi reembolsado.
AGT e órgãos de defesa e segurança investigam a empresa
Dados apurados por este jornal dão conta que a Administração Geral Tributária (AGT), recepcionou uma denúncia sobre o caso, que está sob o nº TBMD86, sobre as empresas do visado, relativamente a emissão de supostas facturas falsas, que não condizem com a realidade financeira da empresa, sendo que, o mesmo terá ainda contraído dívidas com supostos fornecedores angolanos e trabalhadores, que o terão levado a sair do hotel EPIC SANA onde estava alojado, e mudar-se para um condomínio algures no município de Talatona.
Os órgãos de defesa e segurança também já estão no encalço do cidadão, e tudo fazem para apurar o seu envolvimento em crimes cometidos em território nacional.
As autoridades investigam ainda a possível venda dos seus bens no país, com maior realce para as que se encontram no município de Viana, em Luanda, e terras na província do Uíge, que podiam ser usadas como meio para obtenção de mais créditos bancários.
Este jornal tentou ouvir a versão do acusado, mas sem sucesso, por estar ausente do país.
A investigação Na Mira do Crime segue o caso milimetricamente, e nas próximas edições trará mais casos sobre o processo, já que remetemos um documento BAI para esclarecimento do caso.