A emissão de passaportes em Angola permanece como um ponto de grande descontentamento para os cidadãos, que enfrentam longos e incertos prazos de espera, mesmo após a intervenção ministerial que exigia maior celeridade. Enquanto a morosidade persiste.
De acordo com a porta-voz do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), Domingas Mendonça, consultada pelo O FLAGRANTE, mais de 20 mil passaportes já emitidos aguardam levantamento nos postos de atendimento.
Justifica que este elevado número de documentos por levantar deve-se, em parte, ao preenchimento de formulários com números de contacto falsos por parte de muitos cidadãos, o que dificulta significativamente a notificação da disponibilidade dos passaportes.
Em resposta a esta situação, o SME assegura que está a desenvolver uma medida assertiva de mais proximidade com os cidadãos para facilitar o levantamento dos documentos pelos seus titulares.
Apesar dos esforços anunciados, a morosidade é uma queixa constante entre os utentes. Cidadãos relatam que o processo de emissão pode demorar entre 1 a 6 meses, na ausência de um serviço de urgência, sendo que muitos chegam a esperar mais de seis meses pelo seu documento de viagem.
O SME, por sua vez, recusa assumir responsabilidades diretas pelas demoras, apontando o dedo aos “intermediários”.
Face a este cenário de insatisfação e acumulação de documentos, o Ministro reuniu-se com a direção do Serviço de Migração e Estrangeiros no passado dia 25 de janeiro. Na ocasião, o governante foi enfático ao exigir a entrega imediata de passaportes e uma rápida resolução das reclamações existentes na emissão destes documentos.
A pressão ministerial visava acelerar os procedimentos e garantir um acesso mais célere e eficiente aos documentos de viagem para os cidadãos angolanos. No entanto, a realidade no terreno continua a desafiar as promessas de agilização, com milhares de utentes ainda na expectativa de receber o seu passaporte.