O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom José Manuel Imbamba, procedeu à abertura oficial do Congresso Nacional da Reconciliação, dirigido a autoridades políticas, religiosas, civis e militares, delegados das dioceses e representantes de diversas organizações sociais.
O acto que está a decorre no numa unidade hoteleira em Luanda, em ambiente de reflexão nacional às vésperas do jubileu dos 50 anos da independência do país.
Na sua intervenção, Dom Imbamba saudou os presentes com um apelo à paz, fraternidade e reconciliação, recordando o lema bíblico que orienta o encontro: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). Segundo o prelado, o congresso deve ser entendido como um espaço de introspeção pessoal e colectiva, onde os angolanos são chamados a revisitar a sua história, reconhecer os ganhos e fracassos e retirar lições que permitam renovar a convivência nacional.
O líder da CEAST sublinhou que o jubileu, na tradição bíblica, representa perdão, reconciliação e restituição, valores que considera fundamentais para o actual contexto nacional. “Desejamos infundir na sociedade um espírito de restauração, confiança mútua, diálogo, inclusão, justiça restauradora e amizade social”, afirmou.
Dom Imbamba destacou também o papel da CEAST como espaço de encontro e convergência entre diferentes sensibilidades sociais, lembrando que o processo de reconciliação no país é longo e exige mais do que acordos políticos ou institucionais. “Sem uma mística espiritual cristã, o processo de pacificação dos espíritos não produzirá os frutos esperados”, advertiu.
O congresso tem como objectivos promover um encontro nacional de autoavaliação, incentivar a construção de novas bases éticas e sociais, proporcionar uma retrospeção histórica crítica e estabelecer um compromisso comum que resulte na chamada Carta do Cinquentenário, documento que deverá apontar correcções de erros do passado e propor novos caminhos para a convivência social e o desenvolvimento humano integral.
Ao concluir, Dom José Manuel Imbamba manifestou o desejo de que o encontro fortaleça o espírito de fraternidade e inaugure “uma nova era, uma nova Angola e uma nova cidadania”. Em seguida, declarou oficialmente aberto o Congresso Nacional da Reconciliação, desejando bênçãos para o país.
O Secredo
