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Quarta-feira, Novembro 20, 2024

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Movimento Democrático de Moçambique exige anulação das eleições ou recontagem dos votos

Moçambique vive desde de Outubro, um clima de pânico e terror, em causa estão os resultados das últimas eleições presidenciais, cujo resultado apontam para FRELIMO como vencodor com maior absoluta.

Lutero Simango afirma que resultados eleitorais não correspondem a vontade popular e pediu o dialogo inclusivo. Incidentes de quinta-feira provocaram dezenas de feridos.

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, um dos quatro candidatos presidenciais às eleições de outubro, exigiu esta sexta-feira uma recontagem dos votos ou a repetição da votação, como formas de repor a “justiça eleitoral”.

Em conferência de imprensa em Maputo, o líder do terceiro maior partido moçambicano afirmou que apenas estas duas soluções permitem a “credibilização” do processo eleitoral em torno das eleições gerais de 09 de outubro, fortemente contestado.

“A promoção da recontagem dos votos e fazer a sua comparação com os editais e atas para verificar se os resultados publicados correspondem de facto à vontade popular”, afirmou, avançando, em alternativa, com a possibilidade de anulação do escrutínio: “Anulação significa repetição de eleições em toda a escala nacional”.

Lutero Simango afirmou ainda, a propósito das manifestações violentas que se registam no país desde outubro, que culminaram quinta-feira com barricadas de manifestantes, sobretudo apoiantes do candidato Venâncio Mondlane, em várias zonas da cidade de Maputo, que o uso da força “só vai gerar mais violência”, e pediu um “dialogo inclusivo”.

“Mas em primeiro lugar resolver o problema principal e alcançar a justiça eleitoral”, afirmou, insistindo; “Diálogo sim, vamos dialogar. Mas é preciso concentrar no problema, que é o problema eleitoral”.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo anteriormente convocada para quinta-feira, 7 de novembro.

Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique, anunciou quinta-feira que as manifestações são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.

“A causa destas manifestações, que ocorrem em todo o país, são os resultados eleitorais na posse do Conselho Constitucional que não refletem a vontade popular e a expressão dos eleitores nas urnas. Há ausência da justiça eleitoral (…) Este é o sentimento dos que foram votar, observaram as eleições e testemunharam todo o processo de contagem e processamento dos editais e atas e a sua publicação”, disse Simango.

“Este é o problema fundamental, é a causa da situação pós-eleitoral que se faz sentir no país, associando com tantos outros problemas, a intolerância política, o abuso de poder, altos níveis da pobreza, custo de vida, captura do Estado, raptos, sequestros, taxas elevadas de desemprego, fome e tantos outros”, concluiu.

Pelo menos três mortos e 66 pessoas ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e a polícia na quinta-feira, oitavo dia das greves convocadas por Venâncio Mondlane, anunciou esta sexta-feira o Hospital Central de Maputo (HCM), maior unidade do país.

“Ontem, dia 07, [quinta-feira] em todas as nossas portas de entrada tivemos um cumulativo de 138 admitidos, dos quais a urgência de adultos teve 101 pacientes. Dos 101 pacientes, 66 foram vítimas dessas manifestações e os restantes foram por outras causas”, disse o diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCM, Dino Lopes, em declarações à comunicação social.

Dados apresentados pelo responsável dão conta de que pelo menos três pessoas perderam a vida na quinta-feira, em resultado das manifestações.

“Dos 66 feridos, tivemos 57 possivelmente com lesões causadas por armas de fogo, quatro por queda, três por agressão física e dois feridos com armas brancas”, acrescentou o diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCM.

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