Na África do Sul, a comissão disciplinar do ANC, partido no poder, decidiu excluir das suas fileiras o ex-Presidente Jacob Zuma por ter liderado um partido concorrente nas eleições de Maio. Jacob Zuma tem agora 21 dias para recorrer da decisão do ANC.
O antigo Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, foi expulso do Congresso Nacional Africano (ANC), o partido que liderou de 2007 a 2017, depois de fazer campanha para um partido rival nas eleições gerais de 29 de Maio.
O Comité Disciplinar do Congresso Nacional Africano considerou-o culpado de prejudicar a integridade do partido ao juntar-se ao uMkhonto we Sizwe (MK), citado num documento vazado do partido.
Em declarações à imprensa, o secretário-geral do ANC, Fikile Mbalula, adiantou que Zuma “impugnou ativamente a integridade do ANC”, salientando que “fez campanha para desalojar o ANC do poder, alegando ao mesmo tempo que não tinha cortado a sua filiação” ao partido no poder.
Segundo o relatório, o membro acusado tem o direito de apelar ao Comité Disciplinar Nacional de apelação dentro de 21 dias. Um porta-voz do MK anunciou que o seu líder Jacob Zuma pretende recorrer da decisão do ANC.
Zuma enfrentava duas acusações que dizem respeito a violação de regras estatutárias do ANC, tendo sido julgado culpado, nomeadamente, por ter, ostensivamente, liderado e feito campanha eleitoral para as recentes eleições pelo partido MK contra o ANC.
Nas eleições de 28 de Maio, o MK conquistou uma parte do eleitorado do ANC, ficando em terceiro lugar com 14,5% dos votos. O partido obteve 58 dos 400 lugares da Assembleia Nacional.
O ANC perdeu a maioria absoluta, obtendo 40,18%, o resultado mais baixo das últimas três décadas.
Eleito Presidente da África do Sul em 2009, Zuma foi destituído do poder em 2018 devido a escândalos de corrupção e foi substituído por Cyril Ramaphosa, rival de longa data.
C/RFI