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Sexta-feira, Outubro 3, 2025

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Esquema de corrupção atinge consulado português em Luanda

Um cidadão português residente em Angola há mais de 14 anos, casado com uma cidadã angolana, denunciou ao O FLAGRANTE, o esquema de corrupção que alegadamente enferma o consulado português em Luanda.

O denunciante, Rui Ferreira detalhou as dificuldades burocráticas que enfrentou ao tentar obter documentos para contrair o casamento e, subsequentemente, vistos para a sua esposa angolana, com quem tem três filhos, ( dos quais um vive em Portugal). Ferreira relatou atrasos significativos e a necessidade de realizar pagamentos “por fora” para resolução.

O denunciante, contrasta as suas dificuldades com a facilidade com que muitos angolanos sem laços familiares em Portugal conseguem vistos, frequentemente através de subornos.

Rui Ferreira sublinhou o contraste gritante entre as suas demoras e a facilidade com que muitos angolanos sem laços familiares estabelecidos em Portugal conseguem obter vistos, frequentemente através de subornos. Na sua perspectiva, a representação portuguesa em Angola está profundamente afetada por práticas corruptas, prejudicando os cidadãos portugueses e os seus familiares.

O cidadão revelou que, apesar de estar escrito no consulado desde a sua entrada em Angola, nunca foi contactado por esta representação oficial de Portugal. Revela ainda que em 2020, recorreu ao consulado com vista a solicitar documentos afim de contrair o casamento, entretanto, lamenta o facto de não obter resposta, avança que na altura deram-lhe o contacto de um suposto funcionário identificado por Conginho que não resolveu o assunto e deixou de atender o telefone.

Rui Ferreira, recorda que em 2021, comprou 5 bilhetes para viajar com a família em Portugal, programação que não aconteceu, tudo porque o visto da esposa (angolana) não saiu, acabou perdendo a viagem.

Avança que o visto só saiu tempo depois em resposta da pronta intervenção do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), em reunião o consulado lamentou a perda dos bilhetes.

O espanto de Rui Ferreira, prende-se no facto de conhecer muitos angolanos, sem vínculos familiares em Portugal, mas no entanto,  conseguem com muita facilidade vistos com duração de 2 anos, entretanto, vê dificuldades em mandar de férias sua esposa.

“Sou casado, com uma cidadã angolana com quem tenho três filhos, entre os quais uma filha a viver em Portugal, apesar disso, o consulado para dar visto a minha mulher obriga-me assinar um termo de responsabilidade a declarar que vou e regresso com ela, como se de uma incapaz se tratasse”, desabafou.

Esquema de assinatura de contrato

O denunciante conta que recentemente descobriu o esquema de assinatura de contrato de trabalho a partir do consulado em troca de alguns milhões de kwanzas.

“Uma senhora, veio ter comigo questionando se tenho contactos no Consulado para a facilitar assinatura de um contrato de trabalho a custa de dois milhões”, disse para depois recordar que a fonte já havia reconhecido um dos tantos contratos que tinha em posse.

Além disso, Ferreira critica o silêncio e a falta de apoio do consulado em outras questões pessoais e comerciais, incluindo um litigio laboral e a vandalização da qual sua loja foi vítima,  como consequência da paralisação dos taxistas que terminou em vandalismo e pilhagem.

Em 2010 Rui e mais um amigo entraram em Angola em missão de trabalho, passado seis anos, isso em 2016, levaram a empresa em Tribunal por não pagar salário, entretanto, o processo tramitou no Serviço de Investigação Criminal, Procuradoria Geral da República de Angola, na Assembleia Nacional e em última instância em Tribunal.

O assunto é de domínio público pelo facto de ser amplamente divulgado em vários órgãos de comunicação social privado, Rui lamenta o silêncio do consulado que tem por missão  oferecer apoio, proteção e assistência aos seus cidadãos.

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