O Presidente do partido Iniciativa de Cidadania Para o Desenvolvimento de Angola (CIDADANIA), Júlio Bessa, reafirmou a necessidade do reconhecimento dos pais fundadores da Angola Independente e apelou a construção de um MAUSOLÉU único – o PANTEÃO dos Heróis Nacionais.
Falando para os jornalistas, durante a conferência de imprensa que decorreu nesta sexta-feira, 17 de Outubro, em resposta ao Discurso Sobre o Estado da Nação, proferido na quarta-feira, pelo Chefe de Estado.
De acordo com líder do partido dos ‘cidadãos’, no dia 15 de Outubro, Sua Exa. Presidente da República surpreendeu positivamente o País quando, finalmente afirmou, e cito: “E neste quadro, no espírito do perdão, da paz e da reconciliação nacional, da unidade da Nação, que vamos estender este reconhecimento nacional aos signatários dos Acordos de Alvor, atribuindo a todos eles a medalha comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional. Não temos dúvidas de que este gesto, adicionado ao trabalho que temos vindo a fazer para a dignificação possível das vítimas dos conflitos políticos e para o consolo reparador dos seus familiares, é um indelével contributo à reconciliação nacional”, fim de citação.
O ‘Cidadão Júlio Bessa’, diz ter saudado o posicionamento corajoso do Presidente da República, mesmo que tardio, e incentivou a prosseguir na senda da unidade e da reconciliação nacional.
“É um passo importante, embora ainda tímido e quiçá insuficiente. De facto, queria lembrar aqui que os signatários angolanos dos Acordos de Alvor têm nome. Eles são Álvaro Holden Roberto, que dirigiu a FNLA, António Agostinho Neto o MPLA e Jonas Malheiro Savimbi a UNITA”, disse.
Estes heróis da luta de libertação nacional não devem ser apenas agraciados com medalhas. É muito pouco! Devem, no seu entender, serem reconhecidos como Pais fundadores da Nação angolana.
Os signatários do acordo de Alvor têm nomes
Júlio, acredita que só assim será desconstruída uma narrativa falsa e uma retórica divisiva que foram enraizadas na consciência colectiva da juventude desde 1975. Só assim, será reposta a verdade histórica, segundo a qual, os signatários dos Acordos de Alvor são os Pais fundadores da Angola independente. Eles são Três, e não apenas um: repito, Álvaro Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi.
Avança mesmo que é a verdade histórica que o Partido Cidadania tem vindo a defender desde a sua fundação, em Agosto de 2023, e que está plasmada em todos os seus documentos fundacionais e doutrinários, designadamente na sua Carta à Nação publicada nas redes sociais e não só, no discurso do seu Presidente durante a Primeira Convenção Nacional realizada no dia 8 de Março de 2025 e em outros documentos do seu posicionamento político.
“Esperamos que este indelével contributo à reconciliação nacional da parte do Chefe de Estado dê lugar a outras iniciativas complementares, tais como a transferência dos restos mortais dos Fundadores da Nação para um MAUSOLÉU único – o PANTEÃO dos Heróis Nacionais”.
A construção da Praça dos Fundadores da Nação, tal como fizeram as lideranças políticas e sociais do Botswana e de outras nações alicerçadas na paz, na reconciliação e na unidade nacional;
Avança que a revisão da história oficial de Angola e a constituição de uma Comissão da Verdade, dirigida pelas lideranças religiosas do País para ajudar a consolar as vítimas dos crimes cometidos por estes no calor do exercício da liderança dos seus movimentos de libertação.
Fez saber que o partido CIDADANIA está disponível para colaborar com todas as forças vivas do País, na implementação destas e outras iniciativas da sociedade civil para tornar realidade a verdadeira reconciliação nacional.
Não há mais tempo a perder, por isso, esperamos sinceramente que esta iniciativa do Chefe de Estado seja genuína e profícua, e não seja apenas uma trégua no período pré-eleitoral nas lutas pelo poder que têm caracterizado as relações conflituosas entre os ex-movimentos de libertação nos últimos 50 anos.
Na nossa perspectiva, o reconhecimento de Álvaro Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi como Fundadores da Nação deve ser a âncora de um processo de pacificação definitiva do país, que nos conduzirá a sarar as feridas do passado, unir o País e cimentar a coesão nacional, visando a consolidação do Estado e a construção de uma Nação forte, democrática, unida e civilizada, a partir de um Plano Consensual de Desenvolvimento de Longo Prazo para os próximos 50 anos.
Neste contexto, o Partido Cidadania vem felicitar e incentivar a iniciativa da Igreja Católica em torno da organização do já aprazado Congresso da Reconciliação, para Novembro próximo, sendo certo de que este certame será mais uma das grandes e decisivas contribuições para a reconciliação nacional.
De igual modo, o Partido CIDADANIA reitera a necessidade da defesa da matriz judaico-cristã da maioria dos angolanos, da liberdade religiosa e de uma parceria fraterna entre o Estado e as Igrejas para a resolução dos imensos problemas sociais dos angolanos.
A solução da crise generalizada que assola o País clama pela participação sábia e coordenada de todos na consolidação do primado da cidadania sobre a partidocracia. Clama por mais e melhor diálogo, mais humildade e menos competição. Clama sobretudo pelo resgate do futuro da juventude e das crianças.
Clama também pela supremacia do Estado de cidadãos sobre o Estado de Partidos e da meritocracia sobre a partidocracia.
O partido CIDADANIA fundando em 2023, denomina-se “A Terceira Via”, que busca construir alicerces consensual de um país novo.