Volvido mais de 15 anos desde a sua construção, aguardando entrada em funcionamento, que inicialmente estava agendado para 2018, como garantiu o então Ministro Francisco Queiroz. Pelo que tudo indica, está longe a entrada em funcionamento daquela infraestrutura que ‘torrou’ milhões de dólares nos cofres do Estado angolano, sendo que o estado de degradação é visível a olhos vistos.
A construção do Palácio de Justiça do Cazenga, teve a cargo do empreiteiro EUSEBIOS, com fiscalização da Gestão Consultoria e Investimento sarl (GCI), autor do projecto AFRICONSULT.
Recorda-se que em 2018, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, visitou a infraestrutura e reconfortou o povo ‘cazenguista’, ao garantir a entrada em funcionamento daquela ‘casa de justiça’ naquele mesmo ano. Mas o que é certo, é que até ao momento, a casa continua ‘desabitada’ pelos funcionários da justiça.
Uma obra tutelada pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos que visava “desafogar” o sistema de justiça no Cazenga e arredores, tido como um dos municípios mais populoso de Luanda, para o Palácio.
O ‘choro’ da população
António Mendonça, munícipe que também não quis esconder a sua indignação, entender que os governantes fazem com o abandono de empreitadas que deveriam servir a população é equiparado a um pai que gera um filho e depois o abandona à sua sorte.
“Quando lançaram a primeira pedra ficamos felizes porque é uma estrutura que engrandece o município e que vai ajudar muita gente a dirimir seus conflitos, mas acabamos por ficar entristecidos porque, volvidos 10 anos, ainda não foi entregue a comunidade e a infra-estrutura continua a degradar-se sob o olhar impávido e sereno dos governantes”, lamentou, depois mesmo de lembrar que a Administração municipal do Cazenga dista a escassos metros onde se encontra a infra-estrutura que vai albergar o Palácio da Justiça do Cazenga.
Luís Pedro, morador, diz não entender as razões que levam a que a obra não esteja a beneficiar os munícipes, mesmo depois de 10 anos.
“É bastante preocupante, uma obra, onde o Estado gatou dinheiro dos angolanos, abandonada como acontece aqui em Angola. E só para dizer que fruto do tempo que está abandonada e pelo estado actual desta infra-estrutura o Estado terá que voltar a colocar dinheiro para usar e servir os cidadãos”, apontou.