Há em política, circunstâncias em que você tem de reunir simultâneamente a Legalidade, a Legitimidade e a Ética.
Na sequência das últimas eleições para o Parlamento Européu e em função dos seus resultados, a classe política francesa teve de imediato a sensibilidade de assumir as consequências políticas daquele resultado, no plano interno.
A dissolução da Assembleia Nacional e a consequente convocação de eleições legislativas antecipadas surgem como resposta à duvidosa legitimidade das instituições da República tendo em conta o desequilíbrio da correlação de forças produzido pelas eleições europeias.
Ora, para o caso do nosso país, os resultados das eleições têm de passar igualmente a serem considerados como contendo uma mensagem do eleitorado à classe política.
Depois de uma estonteante derrota eleitoral em 2022 na capital do país, o partido que se autoproclama de maioritário, devia ter em conta a necessidade desse grande “rendez-vous” muito democrático, entre a Legalidade, a Legitimidade e a Ética, antes de pretender introduzir alterações profundas na sua geografia e não só.
Nas eleições de 2022, a população de Luanda disse Alto e em bom Som, estar em total desacordo com a forma como a capital do país tem sido governada.
Neste contexto, todas as medidas que introduzam alteração profunda à circunscrição em análise, pecam por falta de legitimidade política, a não ser que os habitantes da mesma tem sido consultados.
Um dos Valores que configuram a UNITA, é a Subordinação da política à Ética.