África registou, desde o início do ano, 26.543 casos de varíola (5.731 confirmados) e 724 mortes pela Mpox, informou, quinta-feira, a agência de Saúde Pública da União Africana (UA).
De acordo com os números partilhados pelo director-geral do Centro Africano para o Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC), Jean Kaseya, as mortes e infecções notificadas desde Janeiro último representam 43% e 56%, respectivamente, das registadas no total desde Janeiro de 2022 até ao presente.
“Foi em 2024 que o surto se tornou um grande problema. Temos mais mortes (até agora em 2024) do que nos outros dois anos juntos, 2022 e 2023”, afirmou Kaseya, numa conferência de imprensa virtual, sublinhando que a crise exige “uma acção enérgica”.
“O continente continua a registar um aumento constante de casos todas as semanas”, acrescentou o director-geral, que lamentou que 107 pessoas tenham perdido a vida só na semana passada.
Kaseya salientou que apenas 52,9% dos casos foram detectados por testes médicos e acrescentou que o conhecimento do número “exacto” de infecções exigiria que essa percentagem fosse de cerca de 80%.
O director-geral admitiu que as estruturas nacionais de combate ao surto ainda não dispõem de testes rápidos ou de antigénio, e os testes laboratoriais não são práticos para avaliar, por exemplo, uma das populações vulneráveis susceptíveis de propagar o vírus no continente, como é o caso dos camionistas que atravessam as fronteiras entre países.
“Como ainda não temos essa capacidade, estamos a envolver os agentes comunitários de Saúde (membros das comunidades, sem formação médica profissional) para notificar os casos suspeitos”, explicou.