As ‘mexidas’ no Executivo, sobretudo depois de falhanços evidentes observados em alguns sectores, continuam a ser aguardadas com expectativa redobrada. Tudo isso, depois da divulgação de uma proposta de rotação do Executivo que circulou nas redes sociais que acabou por colher simpatias em alguns círculos do poder, e da sociedade.
Figuras influentes no MPLA, que suporta o Governo, aguardam por algum pronunciamento do Presidente da República para ‘tocar nas peças do xadrez’ , “retirar as que menos rendem, ou dão mostras de insuficiências, para introduzir outros que podem dar conta do recado e ajudar o Titular do Poder Executivo a atingir os objectivos”.
Depois dos acontecimentos de 28, 29 e 30 de Julho, nos quais a polícia reagiu tarde, ante evidências de que haveria desacatos que destruíram e paralisaram Luanda, reflectindo-se depois em outras províncias, estas vozes do partido no poder e do Governo, acham que o Presidente da República, João Lourenço, devia logo tomar medidas, responsabilizando os prevaricadores, no caso, o comandante geral da polícia. Lembram os mesmos que isso não seria possível à época do comandante Arnaldo Carlos, “encostado num cargo de pouca visibilidade e acção, quando ele é um homem de campo”.
Do mesmo modo, entendem que nas Pescas também se devia “mexer”, olhando para quadros com uma visão empresarial de um dos sectores que deve dar cartas no processo de desenvolvimento económico do país. Por isso entendem que o jovem jurista Eugénio Clemente se encaixaria bem nesse posto por ser uma pessoa que vive as pescas, onde actua desde 2006.
Membros das associações de Pesca de Luanda e do Namibe colocam Eugénio Clemente como um nome a ter em conta, não só por estar familiarizado com os problemas do sector, mas por causa das suas visões que podem ampliar o raio de acção desse pelouro que pode empregar muita gente, reduzir a fome e combater a pobreza.
“Eugénio Clenente tem carácter versátil, tem uma marca contruída entre avanços e recuos. No Namibe, apesar de se cogitar outro nome ele (Eugênio Clemente) também achamos que pode ser um nome que devia ser considerado pelo Chefe do Executivo”, defendem fontes do MPLA. Admitindo ainda que Clemente, “apesar de se ter tentado criar uma agenda para destruir o seu nome, pode ser uma mais-valia para impulsionar o turismo”.
“Ele pode ajudar a tornar o Namibe como pérola do Turismo. Aliás, foi o impulsionador da visão do turismo entre 2013 a 2017, enquanto actuou no Ministério do Turismo”, afirmaram, reforçando que “o certo é que o PR pode recuperar uma pedra importante que colocada no xadrez actual pode sim dar outro impulso ou às pescas ou ao slogan ‘Namibe Pérola do turismo’”.