Um cidadão de 35 anos, residente no município do Cazenga, em Luanda, que trabalha numa casa de pesagem de material ferroso, naquele município, foi detido por um subinspector do SIC-Cazenga, afecto à Esquerda do Antenov, das 15 às 22:15 do dia 23 de Dezembro, sem qualquer formalismo legal para tal.
O mesmo foi colocado em liberdade, sem soltura, após pagamento de um valor de 40 mil kz ao subinspector, identificado apenas por Barros.
Este subinspector terá afirmado a um familiar do cidadão, que estava a cumprir ordens superiores do seu comandante municipal.
Diniz Paulo, funcionário de uma casa de pesagem de material ferroso, foi surpreendido no seu local de trabalho, está terça-feira, por dois agentes do SIC que simplesmente o pediram para acompanhar e dar dados do seu patrão, num claro gesto de coação pessoal.
Este por sua vez, decidiu parar as actividades e preparou-se para ir em casa, quando foi abordado e levado por dois agentes do SIC numa motorizada até à Esquerda do Antenov onde foi detido, onde comtinuaria caso o seu patrão não fosse ter com os agentes.
O mesmo contou que na Esquadra, obrigaram-lhe a ligar para o padrão a dizer que estava preso e que ele deveria vir com urgência, caso contrário, Diniz não sairia de lá.
Sabendo que não fez nada e visto que era agredido verbalmente, recusou e foi então que o subinspector do SIC, identificado por Barros, por volta das 15 horas, o colocou na cela.
Apercebendo-se do que o mesmo estava detido, uma dos seus familiares, por sinal um renomado jornalista, deslocou-se até a Esquerda do Antenov para se informar da detenção do mesmo.
Posto no piquete da Esquadra do Antenov, a polícia o informou de que não havia nos registros qualquer cidadão com o nome do seu familiar.
Na insistência de esclarecimento no piquete, foi-lhe informado de que o seu familiar estava nas celas, mas colocado por um elemento do SIC e que este tinha que o localizar, para mais informações.
Mandado esperar, este foi depois convidado por um agente do SIC a sair fora da Esquadra e ter com o subinspector Barros, que estava a beber numa lanchonete, com outras pessoas, junto à Esquerda.
Posto na lanchonete, este familiar foi mal atendido, pois o subinspector arrogava estar a cumprir ordens do Presidente da República que, segundo ele, mandou encerrar todas as casas de peso de material ferroso e prender quem nele estivesse.
Por ser já de noite, o familiar do suposto detido foi embora, no sentido de voltar dia seguinte para tratar do assunto.
Por volta das 21 horas, o patrão do suposto detido, apercebeu-se de que o seu funcionário estaria preso, foi até à Esquerda se informar.
Posto lá, conversou com o subinspector do SIC, Barros, e este pediu-lhe 40 mil kz para soltar o seu funcionário.
Após ter pago este valor, Diniz foi solto pelo subinspector Barros, por volta das 22 horas e 15 minutos, sem qualquer fundamento legal da sua detenção ou soltura.
Segundo Diniz, foi maltratado verbalmente pelo oficial do SIC e por outro subinspector da Polícia Nacional em serviço, sem motivo.
Insatisfeito, o mesmo recorreu aos órgãos de comunicação social e denunciou o abuso de poder de que foi alvo nesta terça-feira dia 23 de Dezembro de 2025.


