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Quarta-feira, Novembro 20, 2024

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Putin ameaça reiniciar produção de mísseis nucleares de alcance intermédio contra Estados Unidos

O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou hoje reiniciar a produção de armas nucleares de alcance intermédio se os Estados Unidos confirmarem a intenção de instalar mísseis na Alemanha ou em qualquer outro ponto da Europa.

“Se os Estados Unidos implementarem esses planos, considerar-nos-emos livres da moratória unilateral anteriormente adotada sobre a implementação de capacidades de ataque de médio e curto alcance”, disse Putin durante um discurso por ocasião de um desfile naval em São Petersburgo.

Este tipo armamento, com um alcance de 500 e 5.500 quilómetros (Km), já foi objeto de um tratado de limitação entre Washington e Moscovo, o tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (na sigla em inglês, INF), assinado na época da antiga União Soviética.

A Rússia e os Estados Unidos retiraram-se deste tratado em 2019, com ambos a acusarem-se mutuamente de já não respeitar as suas disposições.

Moscovo tinha, no entanto, anunciado que não iria reiniciar a produção deste tipo de mísseis enquanto os Estados Unidos não os implantassem no estrangeiro.

No entanto, Washington e Berlim anunciaram em julho a intenção de “iniciar implantações de armas de fogo de longo alcance” na Alemanha em 2026.

“Importantes locais russos da administração estatal e do exército estarão ao alcance destes mísseis (…). O tempo de voo destes mísseis, que poderão no futuro ser equipados com ogivas nucleares, até aos nossos territórios será de cerca de 10 minutos”, explicou Putin.

“Esta situação faz lembrar os acontecimentos da Guerra Fria ligados à implantação de mísseis Pershing americanos de médio alcance na Europa”, continuou Putin.

O Kremlin já tinha avisado em meados de julho que as capitais europeias se tornariam alvos legítimos para a Rússia no caso da implantação de mísseis americanos no continente.

Putin discursava no desfile anual da frota russa em São Petersburgo, que este ano incluiu também navios chineses, indianos e argelinos.

C/Lusa

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