Nos últimos meses, têm ocorrido um aumento no número de óbitos, por consequência do atraso no atendimento médico e outros factores como falta de triagem, carência de profissionais de saúde e de infraestrutura. Factores que poderiam ser evitados por um sistema de saúde revisto.
Aos serviços de urgência dos hospitais, podem chegar diferentes casos: vítimas de acidentes aparatosos com feridos graves, enfartes, intoxicações alimentares, engasgamento, infeções respiratórias, etc. Tendo em conta a diferente gravidade de cada situação, os pacientes não devem ser atendidos por ordem de chegada, mas sim por ordem de gravidade ou necessidade.
No entanto, muitos são os países, inclusive Angola, que utilizam no seu Sistema de Saúde a ferramenta “Triagem de Manchester” como forma de evitar atrasos no atendimento médico. Esta ferramenta é /nôum sistema onde é atribuída uma pulseira colorida ao doente consoante a gravidade atribuída aos sintomas. Para cada nível de gravidade está definido pelo protocolo um tempo de espera recomendado para que o doente seja observado por um médico.
Mas, muitas vezes, devido à carência das pulseiras em alguns hospitais, este processo é assegurado pelos médicos e enfermeiros de serviço.
Um ponto importante, é que as urgências hospitalares ainda não apresentam o número suficiente de profissionais de saúde especializados, bem como as melhores condições de trabalho para que as equipas de serviço possam realizar da melhor forma o seu trabalho. Outro ponto é o grande número de pacientes que acorrem tardiamente aos serviços de urgências de unidades terciárias com critérios de gravidade proveniente do domicílio, por falta de assistência exitosa a nível da atenção primaria ou secundária.
É indubitável que um maior investimento seria apostar na atenção primária e, consequentemente, no Sistema de Saúde Angolano, onde a prioridade deve ser o atendimento focado no paciente e assim oferecer um serviço mais humanizado.