Sectores dentro e fora do MPLA sugerem que o Presidente da República, João Lourenço, tente uma saída “para salvar o barco quase a naufragar”, com uma mexida necessária e urgente no Executivo. Para esse fim afirmam que existem pessoas no seio do partido que suporta o Governo que podem ajudar o Chefe e o próprio partido.
De acordo com quadros de proa do partido que falaram a este portal, “não basta olhar somente para as medidas dos combustíveis”, embora estas sejam também necessárias, mas “vamos olhar por aquilo que devia funcionar e não funciona”.
Assim sendo, sugerem como uma das primeiras acções para ‘refescar’ o Executivo a saída do Ministro de Estado da Coordenação Económica, José de Lima Massano, e em seu lugar indicar o actual governador do Namibe, Archer Mangueira, que também já foi ministro das Finanças.
Archer Mangueira reforçam, “é o nome mais certo para substituir José Massano”. Mas não para por ai. A mudança deve ocorrer também nos transportes, onde o actual ministro Ricardo d’Abreu daria lugar a Isaac dos Anjos, actual titular das Agricultura e Florestas.
“Isto seria na senda de impulsionar projectos reais”, insistem, defendendo na mesma linha que neste momento liderar a Agricultura, Pescas, o Comércio e Indústria não é pelo certificado, mas sim pela capacidade e visão. Por isso propõem para ministro da Agricultura, o actual secretário do Presidente da República para o sector produtivo, João Muinguilo Lunda Nkosi Data.
Também nas Obras Públicas, acham que “se está a falar mais, mas com poucos resultados na prática”, e por isso consideram que António Resende (quadro experiente a funcionar no gabinete técnico de infraestruturas junto da Casa Civil) seria ideal para substituir Carlos dos Santos.
Para ‘agarrar’ o pelouro do Comércio e Indústria sugerem Pereira Alfredo que por esta altura governa a província do Huambo. Não foi sugerido o nome da figura que ficaria no leme do Huambo, mas no caso do Namibe, entendem que Alfredo Caputo seria ideal para o lugar de Archer Mangueira no sentido de impulsionar o turismo e dinamizar o corredor sul, “ou alguém capaz de alavancar a região sul”.
Já para o Ministério das Pescas sentem ser urgente mudar por alguém com forte dinamismo e visão empresarial, apontando o nome do interventivo jurista Eugênio Clemente.
Para estas sensibilidades, é importante nomear um secretário do Presidente para o sector produtivo com missão especial de monitoramento, capaz de comunicar e fazer o acompanhamento das acções estratégicas.
Defendem ainda que o PR deve nomear quadros com vigor, “bons embaixadores para Portugal, África do Sul e República Democrática do Congo, com estratégia de penetração. Considerando que o PR precisa de nomear junto da Casa Militar um secretário de Estado executivo, para a indústria do quarto ramo, insistem que o Chefe do Executivo também precisa de olhar para o Leste no plano dos diamantes e desenvolvimento e exigir um impacto do conteúdo local no sector dos petróleos e gás.
“O barco não está seguro, mas ainda é possível salvá-lo do náufrago total”, filosofam numa clara alusão a actuação do Governo e por arrasto do partido que o suporta.
