Mais de dois mil trabalhadores da empresa ferrosa ZHONGAN-HENGTAI, localizado na província do Icolo e Bengo correrem risco de conhecer o desemprego, em função de um litígio com a empresa AKWABA subcontratada para prestação de serviço.
De acordo com a empresa ZHONGAN-HENGTAI em 2023, o Tribunal deu um despacho favorável, entretanto, não satisfeito a empresa AKWABA é acusada de recorrer ao corredor da corrupção para conseguir uma decisão judicial favorável com efeitos que podem interferir e levar ao despedimento mais de dois mil trabalhadores.
Josimar, sócio da empresa , contou que a ZHONGAN-HENGTAI está a ser injustiçada pelo Juiz já citado, através de um despacho que está a prejudicar a empresa de forma milionária.
O desenrolar da história…
Tudo começou em 2021 quando a JIEPPI TOPPIN, empresa que se dedica na compra de materiais ferrosos, foi contactada pela empresa AKWABA GROUP, com a finalidade de firmar um contrato, afirmou Josimar.
No entanto, AKWABA GROUP apresentou uma proposta a empresa JIEPPI TOPPIN alegando que tinha uma mercadoria equivalente a três mil toneladas de sucatas e pretendia comercializar, sendo assim o contrato foi fechado e o pagamento seria um total de 107 milhões e quinhentos mil kwanzas, mas o pagamento amortezado sempre que se recebesse a mercadorias, das três mil toneladas.
“Por conta disso, nós no contrato definimos que iríamos fazer um pagamento adiantado de 10 milhões de Kwanzas, tem comprovativos, depois mediante a recepção da mercadoria nós iríamos amortizar o pagamento”, disse.
Em fevereiro do mesmo ano, depois do nosso primeiro pagamento, fomos surpreendidos pelo senhor Maiala da empresa Akwaba, que afinal também tinha um contrato com a empresa Anglofex para retirar a mercadoria na base da Anglofex e nos exigiu que teríamos que pagar 250 milhões de Kwanzas sobre a mesma mercadoria, caso contrário não teríamos mais negócio com ele”, começou por explicar.
Os mesmos notaram que o senhor Maiala não estava a ser sério, apesar disso, contou Josimar, na tentativa de negociar deslocaram-se até a base da AKWABA GROUP para verificar a mercadoria que o Maiala alegava ser de 6 mil toneladas, sendo que chegaram a conclusão que não passava de duas mil toneladas de sucatas, mas que era uma forma de ludibriar para, posteriormente, pagarem a dívida que o mesmo tem com a outra empresa.
“Dado a esses factos nós decidimos rescindir o contrato com a empresa AKWABA, porque estávamos a nos sentir que fomos burlados e no mês de março de 2021 rescindimos o contrato com a mesma empresa.
Porque até o nosso contrato a prazo era só de dois meses, nós fizemos um documento a solicitar o reembolso dos 10 milhões que havíamos pago e até hoje estamos em fevereiro de 2025, não recebemos nem resposta e nem os valores”, revelou.
Contou também que devido ao incumprimento de pagamento da empresa AKWABA GROUP, a ANGLOFEX também desfez o contrato com a mesma, por não terem honrado com o pagamento de cerca de 250 milhões de Kwanzas.
Sendo assim, continuou, Anglofex convidou a JIEPPI TOPPIN, ZHONGAN-HENGTAI, a Fabrimetal, bem como as outras empresas do ramo de material ferroso e sucatas para licitação de compra.
“A fábrica ZHONGAN-HENGTAI apresentou uma proposta, foi aceite e comprou parte da mercadoria que estava na base da ANGLOFEX”, observou.
Depois de tudo isso, o proprietário da empresa AKWABA GROUP, no caso o senhor Maiala, sentindo-se ultrapassado devido a falta de capacidade financeira, segundo o nosso entrevistado, usou o Serviço de Investigação Criminal no Porto de Luanda, abre um processo crime acusando que a empresa ZHONGAN-HENGTAI e a JIEPPI TOPPIN passaram-lhe a “perna” e que mercadoria o pertencia.
“Houve detenções e apreensões de alguns meios, no entanto, como nós vimos que era um processo que estava a decorrer no SIC-Porto. Sentimos que até certo ponto estava viciado, porque nós recebíamos duas a três notificações por semana e tínhamos que ir lá sempre, e não estávamos a perceber porque que o senhor Américo Praia que era o Procurador, na altura, fez o despacho de mandado de busca e deteve chineses e angolanos”, assinalou.
De seguida, retiraram o processo da esfera do SIC-PORTO, por estar viciado e, por outra, ter alguma mão invisível, tendo levado para o SIC-geral
O processo chegando ao SIC-geral, explicou, teve a apreciação da Procuradora, na altura, a Dra. Cicilia Wilma Silva e Costa, que notificou as partes a ANGLOFEX, AKWABA e ZHONGAN-HENGTAI.
“O senhor da AKWABA alegou que a mercadoria era dele porque ganhou o concurso público, mas por sua vez a ANGLOFEX provou que AKWABA não havia pago a mercadoria por isso reincidiu o contrato”, revelou.
Segundo Josimar tão logo o processo passou da esfera do SIC-geral, a Procuradora já referenciada repôs a legalidade e restituiu os meios da ZHONGAN-HENGTAI que estavam apreendidos, por ser a empresa que pagou a mercadoria, sendo assim ordenou que se devolvesse 60 garrafas de oxigénio, duas gruas de marcas ZOOMILION QUY260T e MANITONOC 150T, 28 garrafas de gás de cozinha, assim como outros.
Em 2024 foram surpreendidos com um despacho assinado por Biscay Kassoma, que favorece a AKWABA, apesar deste não ter provas documentais, e com alguns agentes do SIC, a primeira acção deles se deslocam na Barra do Dande na base da ANGLOFEX.
“Onde nós estávamos a cortar um barco que temos aqui todas as autorizações por parte da agência marítima nacional, nós estávamos a cortar um barco que adquirimos de um cliente, pagamos todos os impostos, pagamos as licenças”, ressaltou.
Com esse despacho os agentes do SIC prenderam os rapazes que estavam a trabalhar, alegando que o barco pertencia empresa AKWABA.
O despacho estava exarado para a Barra do Dande, e eles com o mesmo despacho saíram do Dande e foram para a fábrica de Catete com camiões e gruas, chegando lá com despacho e aparato policial, alegaram cumprir um mandato do Juiz, dizendo que tinham que tirar 6 mil toneladas de sucatas da fábrica, bem como alguns meios rolantes, alegando que pertencia a empresa AKWABA”, denunciou.
Por outro lado, o Juiz com o seu despacho orientou que se retirasse da empresa ZHONGAN-HENGTAI um mercadoria avaliada em cerca de sete bilhões de kwanzas, o mais triste é que a mercadoria está a ser comercializada em outras empresas.
Desde o momento que o Juiz Biscay Kassoma exarou esse despacho e anulou o despacho da procuradora Cicilia, junto do SIC-geral, na altura, já prejudicou a empresa em cerca de quase de um bilhão de Kwanzas com a retirada de vários meios na fábrica ZHONGAN-HENGTAI, situada em Catete.
O O FLAGRANTE tentou o contacto com a AKWABA acusada, através do e-mail da empresa, infelizmente não fomos respondidos até a publicação deste conteúdo.
C/NMC /O F